terça-feira, 7 de julho de 2009

Extensão Rural em debate


Começou hoje, 22 de junho o Fórum de Gestores de ATER – Dirigentes e Gerentes de Planejamento. O evento realizado pela Asbraer em convênio com o MDA reúne nos dias 22 e 23 de junho, no Hotel Nacional, em Brasília, dirigentes de 26 estados além de representantes do Mistério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e da Academia Brasileira de Extensão Rural (Aber).

Durante a abertura, o diretor do Dater/MDA, Argileu Silva, destacou que este é o momento de consolidar o trabalho das empresas de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER), criando ferramentas, como os Fóruns realizados pela Asbraer.

O presidente da Aber, Hur Ben Corrêa da Silva, falou sobre a importância do serviço de ATER no combate á fome. Segundo ele, a ATER é tão importante quanto à saúde e educação, e muitas vezes são os agentes de extensão rural que levam estas políticas públicas aos agricultores familiares.

Durante seu pronunciamento o presidente da Asbraer, José Silva, falou sobre os últimos avanços da Extensão Rural e ressaltou a importância de se estruturar o DATER/MDA, que hoje conta apenas com funcionários cedidos por outros órgãos e que corre o risco de desaparecer em 2011. “A sustentabilidade do Dater é um ponto estratégico para o serviço de Extensão Rural, e por isso, é importante que ele se consolide” destacou o presidente.

Durante o dia 22 de junho, os participantes do Fórum debatem o PAC da Extensão Rural, a Lei Geral de Ater, o Pronaf Sistêmico e o programa Mais Alimentos. Acontece também o lançamento da publicação da Embrapa Milho e Sogro “Cultura do Milho” e a apresentação do documento “Excelência em ATER”.

No dia 23, acontece agenda conjunta com o MDA para discutir a operacionalidade do Pronaf Sistêmico, a criação da Lei Geral de ATER e as normas operacionais da Lei sobre Alimentação Escolar.

Asbraer propõe Ampliação e Fortalecimento da Assistência Técnica e Extensão Rural Brasileira

Dirigentes da Asbraer e o ministro das Relações Institucionais, José Múcio
Ontem, 9 de junho, a diretoria da Associação Brasileira das Entidades Estaduais de Assistência Técnica e Extensão Rural (Asbraer) se reuniu, em Brasília, com o Ministro das Relações Institucionais, José Múcio. Durante a audiência foram apresentados os resuldados do trabalho da extensão rural e projetos para a ampliação e fortalecimento da Assistência Técnica e Extensão Rural Brasileira (ATER).
As propostas de ampliação e fortalecimento da ATER incluem, principalmente, a alteração na forma de repasses de recursos públicos, que atualmente é feita através de convênios com vários ministérios, o que é muito burocrático e dificulta o trabalho das instituições filiadas à Asbraer.

Para o presidente da Asbraer, José Silva, a alteração na forma de repasse de recursos visa garantir um horizonte de sustentabilidade à Extensão Rural no País, por meio de legislação específica e ações direcionadas, além de sintonizadas com a realidade no campo. “Estamos propondo o comprometimento de todas as organizações da área para garantir a sustentabilidade política, institucional e econômica da Extensão Rural. A meta é criar a Lei Geral de ATER para garantir os recursos de forma continuada e permitir seu repasse com agilidade, fora do formato dos burocráticos convênios”, finaliza o presidente.

O ministro, José Múcio, se mostrou satisfeito com os resultados obtidos pela instituições de ATER e ressaltou que hoje, o cenário está favoravel para projetos relacionados à agricultura familiar. O ministro também ofereceu seu apoio para articular junto ao ministro do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, propostas para ampliar e fortalecer o trabalho de ATER no Brasil.

Embrapa lança o livro "A Cultura do Milho"


Disponibilizar resultados de pesquisa e tecnologias para o aumento da produtividade da cultura do milho no Brasil. Estes são os principais objetivos do livro “A Cultura do Milho”, editado pela Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG) com recursos do PAC Embrapa (Programa de Fortalecimento e Crescimento da Embrapa) e que foi lançado hoje, 22, em Brasília-DF. O conteúdo do livro foi apresentado pela chefe-geral da Embrapa Milho e Sorgo Vera Maria Carvalho Alves a representantes de 26 entidades estaduais que compõem o sistema Asbraer.

“Nosso objetivo com o lançamento do livro é oferecer alternativas para aliar rentabilidade, preservação ambiental e bem estar social. Pretendemos distribuir um exemplar para cada escritório do sistema Asbraer no Brasil, levando informações aos extensionistas para aumento da produtividade do milho no país”, ressalta Vera Alves. Vinte e sete instituições públicas estaduais sediadas nas diversas regiões brasileiras formam a Asbraer, sendo que 5600 escritórios executam ações de extensão rural em todo o Brasil. A associação tem à frente o presidente da Emater-MG (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais), José Silva Soares.

Contexto

Ainda há muito o que avançar em produtividade de milho no Brasil. Enquanto há produtores que conseguem até 200 sacas de 60 kg (mais de 12 toneladas por hectare), existem outros que colhem menos de uma tonelada por hectare. As regiões Centro-Oeste e Sul, segundo informações do pesquisador Jason de Oliveira Duarte, da Embrapa Milho e Sorgo, têm as maiores produtividades, com produções mais tecnificadas. Já a do Nordeste é historicamente muito baixa, sendo inferior a 1000 kg/ha até o início dos anos 2000, bem abaixo da média brasileira.

Segundo o pesquisador, um dos principais problemas está na forma de produção, em considerar fatores que são esquecidos, na maioria das vezes: a cultivar ser indicada para a região onde está sendo semeada; a época de plantio ser a indicada no zoneamento agrícola para o milho; o espaçamento ser adequado; a densidade ser acima de 60 mil plantas por hectare se as condições da área forem viáveis; o controle de pragas, doenças e plantas invasoras; e a colheita em época correta, com os níveis de umidade indicados pelo mercado

Livro

“A Cultura do Milho” traz, em 16 capítulos, todas as informações necessárias à tomada de decisão para quem produz milho. São abordados desde a fisiologia da produção, manejo do solo, nutrição, adubação a até aspectos que devem ser levados em conta antes, durante e depois da implantação e desenvolvimento da lavoura, como o zoneamento agrícola, cultivares, manejo da cultura, plantas daninhas, pragas, doenças e armazenamento. Informações sobre irrigação, quimigação e tecnologias sustentáveis, como o controle biológico de pragas e o sistema de integração lavoura-pecuária, além de aspectos econômicos sobre a produção e utilização do cereal também são abordados.

Em 517 páginas, a obra tem como editores técnicos os pesquisadores José Carlos Cruz (Fitotecnia), Décio Karam (Manejo de Plantas Daninhas), Paulo César Magalhães (Fisiologia Vegetal) e o agrônomo Márcio Antônio Resende Monteiro (Fitotecnia), da Embrapa Milho e Sorgo, além da contribuição de 28 especialistas de diversas áreas da pesquisa agropecuária, incluindo outras Unidades da Embrapa e instituições de ensino. O livro foi produzido e impresso no final de 2008 e sua distribuição às instituições que compõem a Asbraer será viabilizada com recursos do PAC Embrapa.

Sustentabilidade da ATER em debate

No último dia 9, dirigentes instituições de ATER debateram com o subsecreatário de assuntos estratégicos, Ariel Pares, o que é necessário mudar para construir uma base rural capaz de se projetar no cenário internacional

Durante encontro com o subsecretário de assuntos estratégicos, Ariel Pares, dirigentes das instituições de ATER, filiadas à Asbraer relataram as preocupações e dificuldades em relação à sustentabilidade política, institucional e econômica da Extensão Rural. O encontro aconteceu em Brasília, no último dia 9 de junho.

Segundo o subsecretário de relações institucionais, Ariel Pares, o governo tem o objetivo de construir um projeto de desenvolvimento nacional de longo prazo. “Para isso, é necessário pensar no país com uma base produtiva forte e estratégica para projeção no cenário intenacional”, relata o subsecretário. Ainda segundo ele para que esse projeto possa ser realizado será necessário reduzir as desigualdades, criar uma grande classe média rural e dar oportunidade para que os jovens permaneçam no campo. Ariel Pares também debateu com os dirigentes de ATER o que precisa ser mudado para construir uma base rural capaz de se projetar no cenário internacional.

Para José Silva, presidente da Asbraer, para que isso acontça é necessário que várias ações sejam implementadas. “Precisamos integrar a ATER pública e privada, rever as formas de repasses de recursos, criar uma Política Agrícola única, que considere a Extensão Rural e a Agricultura Familiar juntas, mas de foma diferenciada”, defende o presidente.

Segundo Júlio Zoé, presidente do IPA-PE também é necessário pensar o desenvolvimento em regiões em que os agricultores não têm água para beber, pensar em uma infra-estrutura para escoar a produção e em uma política permanete de convivência com a seca.

O presidente do Ruraltins-TO, Sebastião Pelizari ressaltou ainda que o aparato do Estado brasileiro faz com que os dirigentes de transfomem em administradores de burucracia para poder captar recusrsos. “ Um exemplo é o que ocorre com o Pacto Federativo, temos contratar técnicos para 35 anos com recursos para apenas 2 anos” disse o presidente.